ansiedade...

15/08/2017 11:45

 

Desde os tempos remotos encontramos o ser humano se preocupando demasiadamente com as coisas do mundo material, investindo toda sua existência em função de projetos que às vezes não chega a desfrutar. Mas, na atualidade houve um crescimento demasiado desse ideal efêmero que ocupa todo o tempo e mente de muitas pessoas.

No Novo Testamento está uma passagem na qual Jesus orienta Marta sobre o excesso de preocupação com as tarefas:

 

Lucas 10-39-40-41-42:

 

39 - Tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, sentando-se aos pés do Senhor, ouvia a sua palavra.

40 - Marta, porém, andava preocupada com muito serviço; e aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá que minha irmã me tenha deixado a servir sozinha? Dize-lhe, pois, que me ajude.

41 - Respondeu-lhe o Senhor Jesus: Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas coisas;

42 - entretanto poucas são necessárias, ou mesmo uma só; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.

 

Não estamos afirmando que não devemos lutar pela sobrevivência deixando de realizar os nossos afazeres diários, em casa, no trabalho, na faculdade. No entanto, que busquemos o equilíbrio, e coloquemos em prática aquilo que muitas vezes ensinamos mas esquecemos de seguir: lutar pelas coisas terrenas, mas mantendo em mente que nem status nem coisas materiais são mais importante que o bem querer sincero e que nossa comunhão com Deus. Veja:

 

Lucas 12:31-32-33-34

31 – Disse Jesus: Buscai antes o seu reino, e estas coisas vos serão acrescentadas.

32 - Não temas, ó pequeno rebanho! Porque o vosso Pai agradou dar-vos o reino.

33 - Vendei o que possuís, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não envelheçam; tesouro nos céus que jamais acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói.

34 - Porque, onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.

 

 

 

ILUSTRAÇÃO:

 

Quando eu era criança me encantavam os circos, e do que eu mais gostava eram os animais. Em minha infância no interior de Pernambuco havia um espaço onde 1 vez por ano algum circo chegava. E se houvesse animais eu ficava extremamente entusiasmado, especialmente com o elefante.

 

Tanto a mim, como a outras pessoas, chamava atenção o elefante. Durante o espetáculo, o enorme animal fazia demonstrações de peso, tamanho e força descomunais.

 

Mas depois de sua atuação, e até um segundo antes de entrar em cena, o elefante permanecia preso, quieto, contido somente por uma corrente que aprisionava uma de suas patas a uma pequena estaca cravada no solo.

 

Sem dúvida alguma a estaca era só um pedaço de madeira, apenas enterrado alguns centímetros na terra. E, ainda que a corrente fosse grossa e poderosa, me parecia óbvio que esse animal, capaz de arrancar uma árvore com sua própria força, poderia, com facilidade, arrancar a estaca e fugir.

 

O “mistério” era evidente!

 

O que o mantinha, então? Por que não fugia?

 

Todavia, eu confiava na sabedoria dos adultos. Perguntei então a um professor, um parente próximo, e um tio distante, sobre o “mistério” do elefante.

 

Algum deles me explicou que o elefante não escapava porque estava amestrado. Fiz então a pergunta óbvia:

 

Se está amestrado, por que o prendem?

 

Não recordo de haver recebido uma resposta coerente!

 

Com o tempo, esqueci do “mistério” do elefante e da estaca...

 

Há alguns anos descobri que, por sorte minha, alguém havia sido bastante sábio para encontrar a resposta. O elefante do circo não escapa porque tem permanecido atado à estaca desde muito, muito pequeno.

 

Fechei os olhos e imaginei o pequeno recém-nascido sujeito à estaca. Tenho certeza que, naquele momento, ele puxou, forçou, tratando de soltar-se. E, apesar de todo o esforço, não o pôde fazer. A estaca era certamente muito forte para ele.

 

Certamente dormiu esgotado, e no dia seguinte voltou a tentar, e também no outro que se seguia. Até que um dia, um terrível dia para sua história, o animal aceitou sua impotência e se resignou.

 

O elefante enorme e poderoso que vemos no circo não escapa porque crê, realmente, o pobre, que não pode. Ele tem o registro e a recordação de sua impotência, daquela impotência que sentiu pouco depois de nascer. E o pior é que jamais voltou a questionar seriamente esse registro. Jamais voltou a colocar à prova sua força outra vez.

 

Muitas vezes somos como os elefantes. Vivemos crendo que muitas coisas “não podemos”. Simplesmente porque, alguma vez, quando éramos crianças, tentamos e não conseguimos.

 

Fazemos, então, como o elefante: gravamos em nossa memória: “Não posso. Não posso e nunca poderei”!

 

Crescemos carregando essa mensagem que impusemos a nós mesmos e nunca mais voltamos a tentar. Quando muito, de vez em quando sentimos as correntes, fazemos soar o seu ruído, ou olhamos com o canto dos olhos a estaca e confirmamos o estigma: “Não posso e nunca poderei!”, sendo que a única maneira de tentarmos de novo é colocando muita coragem em nossa cabeça e em nosso coração!

 

 

Obs: o texto acima é anexo do estudo O ENFRENTAMENTO DA ANSIEDADE: 

https://m.reavivandoesperanca.webnode.com/products/o-enfrentamento-da-ansiedade/

 

 

Valdir Antônio da Silva


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