ANALISANDO O HISTORICISMO E O EQUÍVOCO DA TEORIA DO SEXTO REI

ANALISANDO O HISTORICISMO E O EQUÍVOCO DA TEORIA DO SEXTO REI

 

Às vezes um cristão faz parte de uma doutrina, mas por não conhece-la plenamente acaba por defender crença de outra doutrina. Em relação às guerras uma doutrina pode ser de dois tipos:

O Dispencionalismo ensina que a nação de Israel tem papel fundamental nos últimos dias. Eles interpretam que todas as nações do mundo, especialmente as mulçumanas, se colocarão contra a nação Israelita e Deus se revelará para salvar os hebreus. Utilizam como base Ezequiel capítulos 38 e 39. Esta seria a Terceira Guerra Mundial.

Já, nós  HISTORICISTAS cremos que a profecia se cumpre ao longo da história e que a nação de Israel tem pouca importância no cumprimento das profecias finais. Cremos que haverá uma grande conversão de judeus conforme as profecias de Paulo (Romanos, Capítulo 11), mas os hebreus como nação não são mais especiais do que nenhuma outra. Os santos que Jesus virá buscar são os que possuem fé nEle e são realmente fieis a Deus (Apocalipse 14:12) e não uma etnia em particular.

A grande luta final se baseia na ideologia da verdade contra o erro. A perseguição não seria contra a nação literal de Israel, mas contra os cristãos como povo fiel a Deus e que tem fé em Jesus.

O Historicismo é posição oficial da igreja. 

 

POSICIONAMENTO SOBRE OS SETE REIS

Apocalipse 17:9-11 DIZ QUE: “Aqui está o sentido, que tem sabedoria: as sete cabeças são sete montes, nos quais a mulher está sentada. São também sete reis, dos quais caíram cinco, um existe, e o outro ainda não chegou; e, quando chegar, tem de durar pouco. E a besta, que era e não é, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete, e caminha para a destruição”.

 

PRIMEIRA POSIÇÃO: Os sete reis de Apocalipse 17 representam “sete formas de governo” de Roma, desde sua fundação: realeza, consulado, decenvirato, ditadura, triunvirato, império e papado.

SEGUNDA POSIÇÃO: Os sete reis de Apocalipse 17 representam “sete reinos ou impérios” que oprimiriam o povo de Deus ao longo da história: Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia, Roma Imperial e Roma Papal.

Perceba que as duas posições diferem entre si, porém, não na essência, pois, o papado está presente em ambas as interpretações, de acordo com o estudo historicista de Daniel 7, 8 e Apocalipse 13.

HÁ UMA TERCEIRA POSIÇÃO RECENTE, que é a interpretação de Ekkehardt Mueller, que também possui base exegética assim como os estudos de outros intérpretes historicistas, identifica o 8º rei como sendo Satanás, em três fases da história: antes, durante e depois do milênio de Apocalipse 20. Para esse erudito, a besta de Apocalipse 17 que “era e não é [...] e caminha para a destruição” (Ap 17:11) é Satanás, porque o verso 8 (entre outros argumentos) do referido capítulo apresenta essa besta como emergindo “do abismo”, do mesmo modo que o inimigo ficará preso no “abismo” (Ap 20:1-3) por mil anos e, depois, será solto. Esse aspecto da profecia é viável e não ignora o método historicista de interpretação das profecias seguido por outros eruditos.

 

EXISTE UMA TEORIA ATUAL EQUIVOCADA:  A TEORIA DO SEXTO REI.

Sobre a teoria do sexto rei, Leandro Quadros em março de 2013, argumenta que  “Jesus pode voltar a qualquer instante (Mt 24:42, 44), porém, especular sobre Sua volta tendo como “base” a ascensão de um “papa”, a meu ver, é muito perigoso, além defictícia. Essa teoria contradiz de maneira “mascarada” o texto de Mateus 24:36, que afirma não ser possível saber o dia e a hora da volta do Salvador (leia também Atos 1:7).

A teoria de que o Papa atual é o “último papa antes de Cristo voltar” leva a uma agitação prejudicial e que desvia a atenção do verdadeiro centro das profecias apocalípticas, Jesus Cristo, e da nossa real missão: pregar o “evangelho eterno” (Ap 14:6), contextualizado nas Três Mensagens de Apocalipse 14:6-12”.

 

No verso 10 de Apocalipse 17 o apóstolo afirma que o sexto rei “existe” (existiu nos dias dele), alguns não se constrangem em dizer que o apóstolo estava sendo transportado “para o futuro”.

Essa interpretação é absurda e ignora por completo o historicismo como método interpretativo autorizado por Deus para a compreensão do capítulo 17. Esse método considera a profecia de uma perspectiva temporal e linear (passado, presente e futuro) porque Deus atua ao longo da história, não apenas em “parte” dela.

 

Como diz Quadros, Jogar as profecias (incluindo a de Apocalipse 17) apenas para o futuro é um tipo de “deísmo temporário”, como se o Salvador tivesse “abandonado” os cristãos no tempo passado que leram o livro do Apocalipse, e se voltasse apenas para os cristãos do “futuro”.  Se o apóstolo João escreveu o Apocalipse para confortar aos cristãos passados, que enfrentavam diversos problemas na igreja (Ap 2, 3), é lógico concluirmos que no capítulo 17, ao João dizer que um rei “existe”, isso significa que realmente existia um “rei” no governo, e que o mesmo duraria pouco tempo para o conforto daqueles cristãos que, de certo modo, enfrentavam perseguições.

 

É certo que em uma visão, o profeta pode viajar da terra para o céu e avançar ou retroceder no tempo. A visão não precisa necessariamente situar-se na época do profeta. Porém, um princípio hermenêutico (interpretativo) fundamental extraído da própria Escritura, estabelece que, quando após a visão o profeta recebe uma explicação (nesse caso, de um anjo), essa explicação (e resultados) quase sempre se realiza na época, lugar e circunstâncias do profeta.

 

Também é importante mencionar (resumindo o texto de José Carlos Ramos, diretor de pós-graduação do Salt, campus Engenheiro Coelho, SP) que:

‘Contrariando a posição historicista, ultimamente tem sido ventilada uma forma de interpretação distinta, conhecida como TEORIA DO SEXTO REI, e que lamentavelmente tem sido apresentada como verdade em alguns círculos: “Os sete reis de Apocalipse 17:9 e 10 são os sete papas que assumem a direção do Romanismo desde 1929.”

Por que desde 1929? Porque nesse ano o Cardeal Gasparri e Benito Mussolini, premier italiano entre 1922 e 1943, assinaram o Tratado de Latrão estabelecendo o Estado do Vaticano e assegurando à Santa Sé independência absoluta e soberania de caráter civil e político. Supõe-se que aí tenha ocorrido a cura da ferida mortal infligida à besta (Apoc.13:3, primeira parte). Mas, se realmente a cura ocorreu em 1929, porque o papado até hoje não logrou um domínio mundial? POIS A PROFECIA AFIRMA QUE, UMA VEZ EFETIVADA A CURA, “TODA A TERRA SE MARAVILHOU, SEGUINDO A BESTA” (v. 3, u.p.). Segundo a teoria, o sexto rei é João Paulo II, e seu sucessor, Joseph Ratzinger, o sétimo. O “oitavo” virá em seguida, como o último a exercer o primado; isto é, ele avançará até a volta de Jesus. Mas, segundo a profecia, o oitavo e último será um dos sete anteriores. Pergunto: Se os seis primeiros papas já morreram (e, segundo a própria teoria, não será o “sétimo” que retornará), como então um deles será o “oitavo”? Como se cumprirá a profecia que afirma que o “oitavo procede dos sete”?’

 

IDEIAS ESPECULATIVAS SÓ GERAM CONFUSÃO. DEVEMOS CONSTRUIR E NÃO DEMOLIR.

 

 

Valdir Antônio da Silva