NÃO CONFUNDA INCONDICIONAL COM SEM LIMITE
“A PERSISTÊNCIA INCONDICIONAL PELO AMOR É NECESSÁRIO, É BÍBLICO (1 Coríntios 13). MAS, PERSISTÊNCIA INCONDICIONAL NÃO É O MESMO QUE PERSISTIR SEM LIMITE. E O LIMITE É O AMOR PRÓPRIO, CUJA FONTE TAMBÉM É EM DEUS (Salmos 139:14; Luas 12:6-7; etc)”.
As pessoas entendem erroneamente como se fossem sinônimos os conceitos bíblicos de incondicional e de “sem limite”, mas não significam exatamente a mesma coisa. Mesmo algo que não tem fim pode ter limite em sua manifestação. Por exemplo: A intensidade do amor de Deus por nós é infinita e incondicional, e por isso Ele nos dá tudo por amor (até seu filho Ele nos deu para morrer por nós), mas há limites para a vivência (e convivência) deste amor, e a prova disso é que muitos não serão salvos. Os nãos salvos não o serão por falta de amor de Deus por eles e sim porque escolheram renegar este amor, ao ponto de tal atitude chegar ao extremo de não ter mais perdão.
Da mesma forma, para nós humanos, como criaturas de Deus devemos nos esforçar para praticar este amor incondicional, mas isso não significa buscarmos propositadamente a humilhação, assim como o convívio do desamor persistente contra nós. Há quem diga que as humilhações devem ser buscadas para que assim seja praticado o perdão incondicional. Isso é um grande equívoco. UM CRISTÃO NÃO DEVE PROCURAR PROPOSITADAMENTE AS DORES E HUMILHAÇOES, POIS ISSO SERIA CONTRADIZER O PRINCÍPIO BÍBLICO DE AMOR PRÓPRIO. O perdão incondicional é característica cristã (pois é ato de amor), assim como o amor próprio também. Para muitos é difícil entender como praticar o perdão incondicional (seja para o próximo fraternal ou para o próximo afetivo, íntimo) e ao mesmo tempo ter amor próprio verdadeiro bíblico (e não aquele disseminado por aí, que na verdade é egocentrismo, confundindo auto estima com soberba).
Realmente fica para muitos a dúvida: como alguém pode se humilhar e ao mesmo tempo ter amor próprio? A resposta Bíblica está no contexto completo destes conceitos. Ninguém deve ter iniciativa de buscar a humilhação. O conceito bíblico não é esse. A Bíblia não diz para você procurar ser humilhado e sim que caso seja humilhado DEIXE DEUS TE EXALTAR, NÃO PROCURE AGIR DEVOLVENDO HUMILHAÇÃO. Ninguém deve se exaltar “pois todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado” (Lucas 14.11). E com certeza se não quero ser humilhado também não devo humilhar ninguém e “tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles” (Mateus 7.12). [este trecho é parte do nosso estudo: OS SIGNIFICADOS DE “DAR A OUTRA FACE” E DE AMOR PRÓPRIO: https://m.reavivandoesperanca.webnode.com/products/os-significados-de-dar-a-outra-face-e-de-amor-proprio/ ].
Devemos simplificar a vida, mas isso não significa minimizá-la desconsiderando as variações que existem em cada situação. Por isso é importante que a gente pregue aquilo que a gente refletiu em seu contexto completo, senão a gente tende a dizer sempre radicalmente uma resposta sem levar em consideração seus pormenores. Ou seja, a verdade é imutável, e nada pode ser acrescentado ou retirado dela. Mas, da mesma forma não podemos desconsiderar o que a própria verdade diz sobre si conforme seja a circunstância. Quando dissermos “assim diz o Senhor” sobre um tema, devemos ter o cuidado responsável de dizer “tudo que o Senhor disse” a respeito daquele tema nas condições analisadas. NÃO DEVEMOS DIZER APENAS A RESPOSTA QUE A PESSOA QUER OUVIR, MAS TAMBÉM NÃO DEVEMOS DEIXAR DE DIZER O TODO (e se não soubermos o todo, nem tentemos responder). Pegando a vida amorosa como exemplo, e mencionando de novo os conceitos de incondicional e sem limite, sabemos que [dizer o que segue neste próximo trecho não é uma forma de ajudar as pessoas a terem justificativa para se separarem, e sim uma forma de deixar claro que as pessoas devem valorizar seu relacionamento para não perderem o que tem. Quem não diz o todo sobre isso tem em mente preservar, mas a verdade é que quando não se diz se provoca o contrário, pois há quem pense que pode fazer de tudo, e mesmo assim não tem perigo de perder a pessoa amada]:
“NO RELACIONAMENTO ENTRE UM CASAL, A INCONDICIONALIDADE QUE DEVE EXISTIR COMO CARACTERÍSTICA BÍBLICA DE UM AMOR VERDADEIRO, REQUER DISPOSIÇÃO PARA PERDOAR E SUPERAR. MAS, PERDOAR SEMPRE NÃO SIGNIFICA QUE OS CASAIS NÃO DEVAM TER OS DEVIDOS CUIDADOS COM SUA CONDUTA. O FATO DE SER ESSENCIAL A INICIATIVA DO PERDÃO NÃO DEVE SER TOMADO COMO MOTIVO PARA NEGLIGÊNCIA. MUITO PELO CONTRARIO. A CERTEZA DE QUE HÁ EM SEU CÔNJUGE A GRANDEZA DE PERDOAR, DEMANDA AINDA MAIS MOTIVO PARA VALORIZAR O RELACIONAMENTO, E DEVE EXISTIR A CONSCIÊNCIA QUE PERDOAR TUDO NÃO SIGNIFICA QUE NÃO EXISTA MOTIVO BÍBLICO PARA UMA SEPARAÇÃO. EXISTE COISA QUE SE PERDOA MAS TAL PERDÃO NÃO SIGNIFICA CONTINUAR JUNTOS. O AMOR DOM QUE TANTO DEFENDO NÃO TERMINA APOS DESENVOLVIDO, MAS PODE ADORMECER. O EQUILÍBRIO DIZ QUE SE POR UM LADO EXISTE AMOR VERDADEIRO E ELE ESTÁ CONDICIONADO A SUPERAR PROVAÇÕES, POR OUTRO LADO, DO MESMO JEITO QUE À LUZ DA BÍBLIA O AMOR DE DEUS POR NÓS É INCONDICIONAL MAS A PACIÊNCIA DE DEUS TEM LIMITE PREVIAMENTE IDENTIFICADO POR ELE MESMO PARA NÓS (ESTE LIMITE ESTÁ PREVISTO EM SUA JUSTIÇA, por isso que nem todos serão salvos), TAMBÉM O AMOR ENTRE OS CASAIS DEMANDA UM LIMITE DE PACIÊNCIA. E O LIMITE É ULTRAPASSAR A FRONTEIRA EXTREMA DO AMOR PRÓPRIO, EXPRESSO NA BÍBLIA. O QUE NÃO PODE É (como muitos e muitos casais estão fazendo) ESTABELECER ESTE LIMITE DE FORMA DISTINTA DO QUE A BÍBLIA ESTABELECE COMO MOTIVOS ÚNICOS PARA UMA SEPARAÇÃO”.
MAS TAMBÉM JAMAIS CONFUNDAMOS AMOR PRÓPRIO COM ORGULHO, COM A INCAPACIDADE DE CEDER: Ceder é o verbo que deve ser usado tanto quanto o verbo amar, quando se trata de relacionamento. E o outro, que deve seguir os dois primeiros, se chama admitir. Se cada um admitir que também falha, as coisas que normalmente se transformam em tempestade passam a ser uma leve brisa, motivo até de sorrisos na hora de fazer as pazes. Geralmente a gente diz: “ele(a) fez isso, ele(a) fez aquilo. Mas reconheço que também falhei”. O problema é que na hora de mencionar o que o outro fez a gente especifica, com riqueza de detalhes, mas na hora de declarar que também falhamos note que apenas dizemos isso mas não detalhamos nada, como se na prática ou não aceitamos verdadeiramente que também falhamos, ou simplesmente determinamos para nós mesmos que nossas falhas são sempre insignificantes perante as falhas da outra pessoa. E nesta hora, simplesmente esquecemos que este(a) “adversário(a)” é aquele(a) o qual nos tornou grato(a) a Deus pelo simples fato desta pessoa respirar o mesmo ar que a gente..
EM TUDO NA VIDA, E INCLUSIVE NA VIDA À DOIS, UM CRISTÃO DEVE PERDOAR SEMPRE. MAS O QUE MUITA GENTE NÃO ENTENDE (E POR ISSO A DIFICULDADE EM HARMONIZAR ESTE PRINCIPIO COM O PRINCIPIO DE AMOR PRÓPRIO) É QUE O FATO DE PERDOAR ALGUÉM NÃO SIGNIFICA NECESSARIAMENTE UMA OBRIGAÇÃO BÍBLICA DE PERMANECER PROPOSITADAMENTE EM SITUAÇÃO CUJA PERMANÊNCIA AFRONTA O AMOR PRÓPRIO BÍBLICO. NEM SEMPRE O PERDÃO ACONTECE RAPIDAMENTE, MAS TODOS DEVEM SE ESFORÇAR PARA ALCANÇAR A CONDIÇÃO DE PERDOAR. MAS PERDOAR A PESSOA NEM SEMPRE SIGNIFICA QUE A MENTE (consciência da alma vivente) ESTÁ APTA A PERDOAR O ATO EM SI (filosoficamente falando, perdoar alguém mas não perdoar o ato em si, significa não manter a nutrição da raiva ou ódio, não desejar vingança, mas não conseguir permanecer em convívio hipócrita com tal pessoa). POR ISSO EXISTEM SITUAÇÕES DESCRITAS NA BÍBLIA EM QUE DEUS TOLERA QUE UM CASAL SE AFASTE. E SABEMOS QUE É INSUSTENTÁVEL UM NAMORO OU CASAMENTO EM QUE HÁ AGRESSÃO. E UMA AGRESSÃO NÃO É APENAS FÍSICA, ELA PODE SER TAMBÉM EMOCIONAL, E SE TORNAR HUMANAMENTE INSUPORTÁVEL (SOBRETUDO QUANDO RECORRENTE). ASSIM COMO ABANDONO NÃO É APENAS O ATO DE IR EMBORA DEFINITIVAMENTE. TEM GENTE COMPLETAMENTE ABANDONADA MESMO COM A OUTRA PESSOA “PRESENTE”.
Na verdade tem muita gente certíssima ao dizer que o cristão deve ser persistente e tentar de tudo que seja possível de verdade para preservar situações e condições em que seja necessário ceder e se doar. Mas, estão erradas quando aconselham a alguém se manter em situações humilhantes perpetuamente. Claro que não significa desistir de perseverar perante uma ou outra decepção, mas a recorrência, a repetição de um estado de humilhação é deixar de amar a si mesmo(a). Inclusive deixamos de amar adequadamente as pessoas (seja o amor afetivo por pessoa da nossa vida íntima ou seja o amor fraterno pelo próximo), quando permitimos a destruição total de nosso amor próprio. O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, dentro do conceito bíblico de incondiconal. Mas a fronteira bíblica entre o incondicional e o sem limite é justamente o conceito também bíblico de amor próprio (nos entido de respeito a si mesmo como filho precioso de Deus). Tenhamos consciência disso não para desfazermos uma vida a dois sem a persistência cristã da vitória alcançada através da porta estreita de caminho difícil, e sim para que saibamos que se persistirmos em não valorizar cedo ou tarde perderemos.
Em tudo tem que haver equilíbrio. Incluindo mais uma vez a vida amorosa: o fato de defendermos o romantismo na essência da busca por uma alma complementar não significa que deva ser desconsiderado os outros elementos que identificam esta complementariedade. Não se deve forçar para encontrar afinidade onde há, por exemplo, irresponsabilidade. Ninguém deve buscar um amor baseado na conta bancária de alguém, mas nenhuma família vai aconselhar a filha a dar asas à paixão que evolua para amor por alguém que não tem como meta prosperar na vida o suficiente para prover um lar. Seletividade não apenas de princípios mas também de objetivos é necessário para se encontrar uma alma complementar (https://m.reavivandoesperanca.webnode.com/products/como-identificar-no-amor-sua-alma-complementar/ )
MAS, ENTÃO, "O AMOR VERDADEIRO ACABA"?:
https://m.reavivandoesperanca.webnode.com/products/o-amor-verdadeiro-acaba/
Valdir Antônio da Silva