PRIMEIRO DIA DE AULA

PRIMEIRO DIA DE AULA 

 

Na infância, quando começamos a estudar, nossos pais vivem conosco dilemas. Nos primeiros dias tem momentos que demonstramos gostar, mas tem momentos que até choramos para não irmos. Simplesmente porque queremos estar em nossa casa, onde somos verdadeiros “reis”, cheios de mimos e de manhas. Então nossos pais, de corações partidos, tem que demonstrar autoridade e nos dizer um sonoro NÃO!: “não, você não vai ficar em casa, vai é para a escola”. E, nessas horas a gente fica pensando: como eles podem fazer isso comigo?! O que a gente não percebe é que se nossos pais demonstrassem toda dó nesta hora, teríamos força para não irmos mesmo à escola. Ah, se quando pequeninos nós soubéssemos o que os pais passam por nós! Existem casos de mães que suportam situações que são equivalentes a abdicarem de sua própria felicidade para proporcionar momentos de alegria aos filhos. E há momentos em que suportam fardos esmagadores, simplesmente por conseguirem força  na contemplação dos rostinhos de seus filhos.

 

Na faculdade não é tão diferente. Quantas vezes vejo jovens e adultos com este dilema no rosto, mesmo não falando, pois seu semblante fala mais que palavras: “está difícil a continuidade deste curso... Mas, quão doloroso seria para meu pai e/ou para minha mãe, e para todas as pessoas que me amam, se eu fraquejasse”. O receio da dor de sentir a decepção no rosto de quem amamos é uma das maiores motivações que uma pessoa pode ter. Qualquer fardo fica insignificante quando a gente lembra do peso que seria presenciar a tristeza nos olhos de quem amamos.

 

Assim como os pais se despedem dos filhos no primeiro dia de aula na escola, Deus também teve que se despedir de Adão e Eva quando eles foram para a escola da vida. Você já parou para imaginar Deus observando seus filhos , se tornando mortais, passando a ficar doentes, sofrendo com o clima e com as incertezas? Imagino Deus ali “em pé” vendo seus filhos sofrendo... Na verdade eles deveriam ter morrido porque pecaram. Mas Deus filho se ofereceu para mais adiante morrer no lugar deles e de todos os outros filhos, dando a chance de mostrar, durante um curto período de existência, de que lado estão: do amor de seu Pai, voltando para Ele, ou da destruição.

 

É como nós, no colégio, na faculdade, ou na escola da vida. Temos que nos adaptar ao sim e ao não. Tem o sim que faz crescer e o não que faz crescer mais ainda... E nesta sequencia continua de sim e nãos, nos vamos exercendo nossas decisões. Ás vezes nos sentimos desamparados. Mas, assim como na infância nossos pais não nos desamparam nem se afastaram de nós quando nos fazem ir para a escola, e sim querem é nos ver crescer, e para crescermos temos que enfrentar o mundo. Do mesmo jeito é nosso Deus.

 

Deus nunca nos desampara nem mesmo quando somos ingratos. É  Deus quem vive correndo atrás do Homem e é o Homem quem vive correndo de Deus.

 

Como diz Fernando Iglesias, O Homem pecou e se escondeu de Deus. Deus procurou o homem no jardim. O Homem se afastou novamente de Deus, Deus sentiu saudades do Homem e mandou Moisés fazer um Santuário, para habitar no meio do povo. O Homem se cansou da presença de Deus e afastou-se novamente. Deus não quis mais habitar num santuário, pois queria estar mais perto do homem - Deus se torna Emanuel - Deus Conosco.

 

Valdir Antônio da Silva