O VERDADEIRO DOM DE LÍNGUAS BÍBLICO
Este texto não se propõe a desfazer de alguma crença. Se as pessoas conheceram, aprenderam e acreditam em algo diferente do que está abaixo, tem acima de tudo meu respeito. E é importante que se leia este texto com a Bíblia aberta buscando os versos citados, para que não se enfatize opiniões particulares ou achismos e sim o que diz a Bíblia de forma contextualizada. Podemos defender nossa convicção, mas jamais devemos ferir a consciência moral das pessoas. Pois isso é puro e simples preconceito. Afinal, frente a sinceridade de alguém, mesmo quando não concordamos com sua colocação, vale dizer que: "Não concordo com as palavras que dizeis, mas defendo até a morte o teu direito de dize- las" (Voltaire).
Às vezes uma pessoa fica no seguinte dilema: descobre que parte do que acreditava é diferente do que a Bíblia realmente ensina. Mas, por outro lado, sua crença fez realmente desta pessoa alguém a buscar a Deus com sinceridade, e a ter intimidade com Deus... (RETOMAREMOS ESTE PONTO NO ULTIMO PARÁGRAFO DESTE TEXTO).
DOM DE LÍNGUAS. Esse importante dom mencionado na Bíblia tem sido incompreendido pelos sinceros irmãos da atualidade, assim como tem sido objeto de pura representação teatral de outros que deturpam propositadamente a palavra de Deus. Há mesmo quem afirme que quem não fala em “línguas estranhas” não é batizado com o Espírito Santo (Contrariando o que está escrito em Efésios 1:13 que afirma sermos selados pelo Espírito a partir do momento em que cremos em Jesus e não no momento em que “falamos línguas estranhas”). Asseguram inclusive que a única prova de ser batizado com o Espírito Santo é falar “língua estranha”.
“O DOM DE LÍNGUAS EXISTE MAS NADA TEM A VER COM PROFERIR PALAVRAS QUE NÃO EXISTEM EM NENHUM IDIOMA, E SIM EM FAZER A EVANGELIZAÇÃO SER COMPREENDIDA NOS DIFERENTES IDIOMAS”. Também é importante ressaltar que dons são muito importantes mas dons não fazem ninguém auto suficiente, ou seja, só a fé , se real, nos conduz à Graça da salvação. E O CONCEITO DE QUE “ORAR EM LÍNGUAS” FAZ “RECARREGAR A SI MESMO NO DIÁLOGO PESSOAL COM DEUS” NÃO TEM EMBASAMENTO BÍBLICO, ATÉ PORQUE A BÍBLIA É CLARA AO DIZER QUE QUANDO O DOM DE LÍNGUAS É VERDADEIRO, SURGE PARA EVANGELIZAR PESSOAS, PARA LEVAR A MENSAGEM ÀS PESSOAS DE IDIOMAS DIFERENTES, SE NECESSÁRIO. O dom de línguas é um sinal para os descrentes a fim de que ouçam as maravilhas de Deus no idioma deles. Não é um sinal para os crentes, conforme 1 Coríntios 14:22: “De sorte que as línguas constituem um sinal não para os crentes, mas para os incrédulos; mas a profecia não é para os incrédulos, e sim para os que creem”.
Portanto, tal dom não deve ser usado para orgulho pessoal. O dom de línguas é concedido para evangelizar outras pessoas de outras nações que não conhecem ao Salvador. AS ORAÇÕES AUTO-EDIFICANTES NADA TEM A VER COM DOM DE LÍNGUAS.
POR MAIS QUE RESPEITEMOS A TODOS, É DEVER CRISTÃO DIZERMOS (não para ofender gratuitamente a consciência moral dos outros, mas para expressar a orientação de Deus, quando conveniente e necessário, inclsuive para impedir que sinceros irmãos se enganem) QUE O QUE SE VÊ EM MUITOS LUGARES NÃO É O DOM DE LINGUAS VERDADEIRO E SIM CENAS DE "DESORDEM ESTRANHA", INCOERENTE, QUE JUANTAMENTE COM O “CAIR NO ESPÍRITO” LANÇAM (ou reforçam) UM CONCEITO GENERALIZADO DE QUE SER EVANGÉLICO É TER O EMOCIONAL PERTURBADO, PORQUE MUITAS PESSOAS REALMENTE ACREDITAM QUE ISSO OCORRE EM TODAS AS DENOMINAÇÕES.
IMPORTANTE: 1 Coríntios 14:2 não é uma defesa de “línguas estranhas” no sentido de língua não existente, e sim justamente o contrário, pois é uma crítica clara a este equívoco. Todo o capitulo de 1 Coríntios 14 é uma crítica a esta distorção. O que 1 Coríntios 14:2 esclarece é que QUEM FALA LINGUA SEM NEXO NÃO CONSEGUIRÁ EVANGEIZAR NINGUEM POIS NENHUM HOMEM ENTENDERÁ. SÓ DEUS ENTENDERÁ (entenderá a intenção, pois sonda o coração de todos e não será enganado por nenhuma representação teatral ou distúrbio emocional).
ALÉM DISSO, na expressão “línguas estranhas”, o termo “estranhas” não se encontra no original grego, contrariando assim a ideia de alguma manifestação incompreensível do dom. Veja a tradução da Nova Versão Internacional: “Pois quem fala em uma língua [ou outro idioma] não fala aos homens, mas a Deus. De fato, ninguém o entende; em espírito fala mistérios” 1 Coríntios 14:2.
PAULO TAMBÉM AFIRMA QUE AS PALAVRAS USADAS NO DOM SÃO IDIOMAS QUE PRECISAM SER ENTENDIDOS PELOS OUVINTES PARA QUE SE CONVERTAM A CRISTO. Não adianta nada falar num idioma que a pessoa não conheça:
“Agora, porém, irmãos, se eu for ter convosco falando em outras línguas, em que vos aproveitarei, se vos não falar por meio de revelação, ou de ciência, ou de profecia, ou de doutrina? É assim que instrumentos inanimados, como a flauta ou a cítara, quando emitem sons, se não os derem bem distintos, como se reconhecerá o que se toca na flauta ou cítara? Pois também se a trombeta der som incerto, quem se preparará para a batalha? Assim, vós, se, com a língua, não disserdes palavra compreensível, como se entenderá o que dizeis? Porque estareis como se falásseis ao ar.” 1 Coríntios 14:6-9. ISSO ESTÁ NA BÍBLIA! REPETINDO:
“Assim vós, se com a língua não disserdes palavras compreensíveis, como se entenderá o que dizeis? Porque estaríeis como se falásseis ao ar” (ler também 1 Coríntios 14: 18, 19).
VEJA MAIS:
“Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos?” (1 Coríntios 14:23)
REGRAS A SEREM SEGUIDAS NO USO DO DOM DE LÍNGUAS:
1) No máximo três pessoas devem falar, de forma sucessiva e organizada, um de cada vez:
“E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete” (1 Coríntios 14:27). E É BOM REPETIR: ESTA LÍNGUA DESCONHECIDA É UM IDIOMA QUE EXISTE.
2) Deve haver tradutor (intérprete). SE NÃO FOR ALGO A SER COMPREENDIDO, A BÍBLIA DIZ QUE NÃO É NEM PARA FALAR E SIM SE CALAR E FALAR APENAS CONSIGO MESMO E COM DEUS (obviamente algo que você mesmo esteja entendendo):
“Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus” (1 Coríntios 14:28).
3) Precisa ser entendido por todos:
“Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Asia,
E Frígia e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos,
Cretenses e árabes, TODOS NÓS TEMOS OUVIDO EM NOSSAS PRÓPRIAS LÍNGUAS FALAR DAS GRANDEZAS DE DEUS.
E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer?”(Atos 2:9-12).
4) Cumprir o papel de edificar a igreja estando subordinado ao dom de profecia:
“Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar” (1 Coríntios 14:1).
“E eu quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação” (1 Coríntios 14:5).
“Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1 Coríntios 14:26).
5) Ser enriquecido pelo amor aos irmãos – 1 Coríntios 13:1 e 9.
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine” (1 Coríntios 13:1).
“Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;” (1 Coríntios 13:9).
MUITOS CRISTÃOS DE HOJE FEREM ESSAS CINCO REGRAS FRONTALMENTE. EM MUITAS CONGREGAÇÕES, POR EXEMPLO, HÁ CERTO NÚMERO DE PESSOAS E TODOS QUEREM FALAR AO MESMO TEMPO. NÃO PODE HAVER INTÉRPRETES PORQUE OS QUE FALAM NÃO SABEM O QUE ESTÃO FALANDO.
OBSERVAÇÃO: POR QUER USAR O DOM DE LÍNGUAS NO BRASIL EM UM AMBIENTE ONDE TODOS FALEM PORTUGUÊS?
Outros aspectos importantes a serem avaliados sobre o Dom:
a) A gritaria não pode fazer parte da manifestação de qualquer dom :
“E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção.
Toda a amargura, e ira, e cólera, e GRITARIA, e blasfêmia e toda a malícia sejam tiradas dentre vós,”(Efésios 4:30-31).
b) A pessoa tomada pelo Espírito Santo tem paz e domínio próprio:
“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
Contra estas coisas não há lei” (Gálatas 5:22-23). OU SEJA, NÃO CAI NO CHÃO (sobre o “cair no Espírito”, abordamos em outro texto: https://m.reavivandoesperanca.webnode.com/products/analise-biblica-do-cair-no-espirito-e-do-arrebatamento-secreto1/ ).
c) O dom de línguas não provoca desordem na igreja. Em 1 Coríntios 14:33, 40 é dito que “Deus não é de confusão e sim de ordem e paz.” A obra de Deus sempre se caracteriza pela calma. Havendo barulho, choca os sentidos (ler Mateus 6:6; Gálatas 5:22, 23).
Em Marcos 16:17 é dito: “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem: em meu nome, expelirão demônios: falarão novas línguas.” O que significa “falar uma nova língua” na Bíblia? O texto original grego responde. Há duas palavras gregas diferentes para descrever o termo “novas” línguas: NEÓS E KAINÓS.
NEÓS É ALGO NOVO QUE NÃO EXISTIA ANTES.
KAINÓS É ALGO NOVO (para quem esteja falando, no sentido de não ter si do antes aprendido por quem esteja falando) MAS QUE JÁ EXISTIA (o idioma falado já existe em algum país). A palavra empregada em Marcos 16:17 é kainós, indicando assim que as “novas línguas” faladas pelos discípulos de Jesus seriam novas apenas para eles que não as conheciam, mas elas já existiam!
ILUSTRAÇÕES:
ILUSTRAÇÃO 1: A pessoa tinha um carro, ano 2007, e trocou por um 2008. Para a pessoa que comprou, o carro é novo. Significa novo na “experiência”, pois o carro já existia. Assim é o dom de línguas em Marcos 16:17. Para a pessoa que aprendeu a nova língua, é nova (Kainós), mas o idioma já existia, era falado por um grupo de pessoas.
ILUSTRAÇÃO 2: Certa vez, um pastor foi em um culto para “testar” se realmente aqueles cristãos entendiam o que estavam dizendo. No decorrer da programação ele recitou o Salmo 23 em grego. Um dos membros daquela igreja levantou-se e foi “interpretar” o que o pastor disse. Afirmou que Deus estava pedindo para que todos entregassem o coração a Jesus, sendo que o pastor apenas falou o Salmo 23 em grego, e ainda por três vezes! Imagine que “balde de água fria” foi para a congregação quando o pastor disse o significado verdadeiro das palavras e que o suposto tradutor estava mentindo.
TIMM (2000), afirma que para identificar o verdadeiro dom de línguas, é necessário compreender primeiro o ensino bíblico sobre os dons espirituais. Em 1°Coríntios 12:1-11, Paulo esclarece que “os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo” (verso 4); que eles são distribuídos pelo Espírito “como Lhe apraz” (verso 11); e que eles são sempre concedidos “visando a um fim proveitoso” (verso 7). Esse fim pode ser “a edificação do corpo de Cristo” (Ef 4:12) ou a capacitação dos cristãos para a proclamação do evangelho (At 1:8). Básico para a compreensão do dom de línguas é o conteúdo de 1 Coríntios 14, onde Paulo procura corrigir algumas distorções. O propósito essencialmente evangelístico desse dom é bem definido não apenas na declaração de que “as línguas constituem um sinal não para os crentes, mas para os incrédulos” (verso 22), mas também no testemunho pessoal de Paulo ao asseverar: “Dou graças a Deus, porque falo em outras línguas mais do que todos vós. Contudo, prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento, para instruir outros, a falar dez mil palavras em outra língua”. Se considerarmos atentamente a experiência dos discípulos no Pentecostes, registrada em Atos 2:1-13, perceberemos que naquela ocasião estavam congregadas em Jerusalém pessoas provenientes “DE TODAS AS NAÇÕES DEBAIXO DO CÉU” (verso 5; ver também os versos 9-11). Foi para proclamar o evangelho, nesse contexto específico, que o Espírito Santo concedeu aos discípulos o verdadeiro dom de línguas. E O PRÓPRIO TEXTO BÍBLICO CONFIRMA QUE CADA UM DOS PRESENTES AO PENTECOSTES OUVIA A MENSAGEM EM SUA “PRÓPRIA LÍNGUA MATERNA”(versos 6, 8 e 11). A teoria de que o genuíno dom de línguas se manifesta hoje na forma de línguas estáticas, não faladas atualmente por qualquer povo ou nação, carece de fundamento bíblico. As várias alusões, na Versão Almeida Revista e Corrigida, a “línguas estranhas” (1Co 14) não aparecem como tais no texto original grego, onde a expressão usada é simplesmente “línguas”. Por outro lado, a tentativa de identificar as modernas manifestações de línguas estáticas como sendo línguas “dos anjos” (1Co 13:1) não é sancionada pelas Escrituras. Todas as vezes que os anjos bons falaram com seres humanos, eles o fizeram na própria língua das pessoas com as quais se comunicavam (ver Gn 18 e 19; Dn 9:21-27; Lc 1:11-20, 26-38; 2:8-15; At 12:6-8 e Ap 22:8 e 9). MAIS ADIANTE, NESTE TEXTO, ABORDAREMOS MAIS SOBRE LÍNGUA DOS ANJOS.
Portanto, o verdadeiro dom de línguas é concedido pelo Espírito Santo NÃO PARA A EXALTAÇÃO PESSOAL DO INDIVÍDUO DIANTE DA SUA COMUNIDADE, MAS PARA SUPRIR UMA NECESSIDADE EXISTENTE. O RECEBIMENTO DESSE DOM LEVA A PESSOA A FALAR EM UMA GENUÍNA LÍNGUA QUE EXISTE EM ALGUMA NAÇÃO, E QUE ESTA LÍNGUA ATÉ ENTÃO ERA DESCONHECIDA PARA ELA (nunca fez curso, nunca lhe ensinaram), E QUANDO VERDADEIRO SURGE OBRIGATORIAMENTE PARA UM PROPÓSITO EVANGELÍSTICO. DEUS FALA COM A GENTE EM NOSSO IDIOMA, OU SEJA, SE BUSCARMOS FALAR COM DEUS, FALAREMOS E SEREMOS COMPREENDIDOS, INDEPENDENTEMENTE DE QUAL SEJA NOSSA NACIONALIDADE. INFELIZMENTE HÁ CASOS EM QUE AS PESSOAS ENTRAM EM UMA COMPETIÇÃO CLARA, ONDE FALAM PALAVRAS SEM SENTIDO PORQUE CONSCIENTE OU INCONSCIENTE ISSO REPRESENTA UM TIPO DE STATUS DENTRO DE SUA COMUNIDADE CRISTÃ. E HÁ UM OUTRO NUMERO IMENSO DE IRMÃOS QUE TEM SIM SEU DIÁLOGO SINCERO COM DEUS, FRUTO DE UM CARÁTER CRISTÃO SINCERO, E POR TEREM SIDO CONVENCIDAS DE QUE COMO CONSEQUÊNCIA HAVERÁ “PALAVRAS ESTRANHAS” SAINDO DE SUAS BOCAS, ISSO DE FATO ACONTECERÁ, MAS POR UM FENÔMENO EMOCIONAL DA PSIQUÊ HUMANA, QUE NÃO MUDA NEM INFLUENCIA O FATO DE EXISTIR OU NÃO UM DIÁLOGO DESTA PESSOA COM DEUS. EM OUTRAS PALAVRAS:
"DENTRE OS QUE FALAM EM "LÍNGUAS ESTRANHAS", NO SENTIDO DE LÍNGUA NAO EXISTENTE EM NENHUMA NAÇÃO, HÁ OS QUE APENAS FAZEM REPRESENTAÇÃO TEATRAL POR MERA BUSCA DE STATUS EM SEU MEIO, DETURPANDO, OU AJUDANDO A DETURPAR, O O BJETIVO EVANGELÍSTICO DA PALAVRA DE DEUS SOBRE ESTE DOM. E HÁ OS QUE ENTOAM PALAVRAS SEM NEXO POR DISTÚRBIO EMOCIONAL CIRCUNSTANCIAL. ESTE SEGUNDO GRUPO É BEM INTENCIONADO, MAS NÃO É MENOS ERRADO POR SE PERMITIR O DELÍRIO EM ALGO QUE DEUS ORIENTA REFLEXÃO. E MUITOS ACABAM LEVANDO ESTES DISTÚRBIOS EMOCIONAIS PARA O SEU DIA A DIA".
NO VERDADEIRO DOM DE LÍNGUAS, O OUVINTE VAI OUVIR ENTENDENDO A MENSAGEM EM SEU IDIOMA:
“E em Jerusalém estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses homens que estão falando? Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?”(Atos 2:5-8).
ENTÃO, NOTE QUE O DOM DE LÍNGUA É UM DOM SOBRENATURAL QUE DEUS DÁ PARA QUE SUA MENSAGEM SEJA ENTENDIDA NO IDIOMA DE CADA PESSOA AO MESMO TEMPO, MESMO QUE CADA UM FALE UM IDIOMA DIFERENTE CONFORME SEJA SUA NACIONALIDADE.
DE FATO, segundo a Bíblia, o dom de línguas é a capacidade de falar outra língua CONHECIDA, em outro idioma (esse é o significado do termo grego para “língua”) com o objetivo de anunciar a boa notícia e salvação por meio de Cristo.
Mateus 28:19, 20 diz que devemos “ensinar as pessoas a guardarem todas as coisas…” Observe que, para ensinar, é indispensável conhecer a língua falada do estrangeiro. “A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso” (1 Coríntios 12:7). Concluímos, obviamente, que o falar em língua deve ter uma utilidade; deve ser, ao menos, inteligível. Lembrando: que tenha um propósito evangelístico.
APROFUNDANDO MAIS A ANÁLISE DE ALGUNS VERSOS JÁ MENCIONADOS: Esta experiência autêntica aconteceu com os discípulos por ocasião do PENTECOSTES (A palavra pentecostes é grega e quer dizer “quinquagésimo (dia)”, pois essa festa era comemorada cinquenta dias depois da PÁSCOA (Dicionário da Bíblia de Almeida – Sociedade Bíblica do Brasil).):
“Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem. Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu. Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua. Estavam, pois, atônitos e se admiravam, dizendo: Vede! Não são, porventura, galileus todos esses que aí estão falando? E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna? Somos partos, medos, elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia, da Frígia, da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, nas imediações de Cirene, e romanos que aqui residem, tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus?” (Atos 2:1-11).
O relato mostra que o dom de línguas foi dado para evangelizar. O verso 6 declara que “cada um ouvia falar na sua própria língua” o que cada seguidor de Cristo dizia. E o verso 8 confirma: “e como os ouvimos falar cada um em nossa própria língua materna?” Pela terceira vez exclamaram os estrangeiros: “como os ouvimos falar em nossa própria língua as grandezas de Deus ?” (verso 11).
Havia, naquele lugar, cerca de 18 nações diferentes. Os apóstolos não tinham tempo e nem uma escola para aprender todos aqueles idiomas. Você percebeu? Houve uma “NECESSIDADE” de pregar o evangelho em um lugar onde havia muita gente (Deus não poderia perder aquela oportunidade!); por isso, o Senhor deu-lhes o DOM DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS. Note que os discípulos não falaram palavras ou sílabas sem sentido. E sim eram compreendidos em outros idiomas.
Há dois aspectos importantes a analisarmos o dom de línguas em Atos 2:
A mensagem de Pedro centralizava-se em Jesus (Atos 2:22-36);
O dom de línguas não foi acompanhado por um êxtase sentimental descontrolado. Observe que a mensagem foi compreendida de forma a haver resultados: 3.000 pessoas foram batizadas! (Atos 2:41);
O fato de alguém falar em línguas não é prova de que tenha sido batizado(a) pelo Espírito Santo. A Bíblia apresenta diversas pessoas que receberam o Espírito Santo e, contudo, não falaram em línguas, pois não era necessário. São elas:
Os samaritanos (Atos 8:17);
Maria (Lucas 1:35);
Estevão (Atos 6:5; 7:55);
Saul, o primeiro rei de Israel (l Samuel 10:10);
Gideão, juiz de Israel (Juízes 6:34);
Sansão, outro juiz (Juízes 15:14);
Zacarias, pai de João Batista (Lucas 1:67);
Bezalel, em tempos remotos (Êxodo 31:1-3);
João Batista e sua mãe (Lucas 1:15 e 41);
Os sete diáconos (Atos 6:1-7);
Jesus Cristo (Lucas 3:22).
Vemos que Jesus nunca falou em línguas. Será que Ele não tinha o Espírito Santo? Claro que tinha! Ele não usou esse dom porque não havia uma necessidade evangelística para tal. Exigir que todos os irmãos falem em línguas é querer dirigir o Espírito. É ir contra a soberania dEle, pois somente Deus Espírito Santo é quem distribui os dons como Ele quer: “Porém é um só e o mesmo Espírito quem faz tudo isso. Ele dá um dom diferente para cada pessoa, conforme ele quer” (1 Coríntios 12:11).
MAS, DENTRO CO CONCEITO BÍBLICO DO DOM DE LÍNGUAS, NÓS PODEMOS FALAR A LÍNGUA DOS ANJOS? O termo “língua dos anjos” só aparece em l Coríntios 13:1, quando Paulo afirma: “Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.” A EXPRESSÃO “AINDA QUE” É UMA CONJUNÇÃO ADVERSATIVA. OU SEJA, ELA NÃO ESTÁ AFIRMANDO QUE O APÓSTOLO PAULO OU QUALQUER OUTRO FALAVA A LÍNGUA DOS ANJOS. SE O “AINDA QUE” DESTE VERSO SIGNIFICASSE “EU POSSO FAZER”OU “EU DEVO FAZER”, ENTÃO O “AINDA QUE” DO VERSO “E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria” (1 Coríntios 13:3), SIGNIFICARIA TAMBÉM QUE PARA SER CRISTÃOS NÓS TERÍAMOS QUE ENTREGAR NOSSO CORPO PARA SER QUEIMADO. O “AINDA QUE “ DESTES VERSOS SIGNIFICA “SE EU PUDESSE” E NÃO “EU POSSO”. PAULO ESTÁ USANDO ESTA CONJUNÇÃO ADVERSATIVA PARA DIZER QUE ELE “NÃO PODE FALAR A LÍNGUA DOS ANJOS, MAS MESMO QUE PUDESSE NÃO TERIA IMPORTÂNCIA SE NÃO HOUVESSE AMOR. PAULO ESTÁ NA VERDADE MOSTRANDO A SUPERIORIDADE DO DOM DO AMOR ACIMA DE QUALQUER OUTRO [e não confundamos amor sentimento com amor dom, como abordamos em um outro texto: A TEOLOGIA DO AMOR ROMÂNTICO].
O apóstolo está apenas destacando que, mais importante que falar a língua dos homens e dos anjos, é ter amor. Não está afirmando que essa manifestação estranha de língua angélica fizesse parte de nossa pregação. QUANDO UM ANJO FALA COM UM HUMANO É TAMBÉM NO IDIOMA DESTE HUMANO PARA QUE SEJA ENTENDIDO: Em Gênesis 18, quando os dois anjos aparecem para Abraão, eles falaram no idioma de Abraão. Em Apocalipse 22:8,9 o anjo falou com João na língua de João. Leia também Gênesis 19:15; Lucas 2:8-14; 1:16-18. ENTÃO, SE O ANJO QUE É ANJO FALA NUMA LINGUAGEM HUMANA ENTENDÍVEL, ENTÃO PORQUE DEUS IRIA DAR UM DOM DE LÍNGUA ANGÉLICA PARA FALARMOS COM OUTROS HUMANOS DE FORMA INCOMPREENSÍVEL? ENFIM, 1 Coríntios 13 não embasa línguas estranhas e sim enfoca a superioridade do dom do amor: "Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor”(1 Coríntios 13:13).
[Fé, esperança e amor são a soma de perfeição na terra, mas o amor por si só representa a perfeição no céu. POR ISSO QUE QUANDO EXAMINAMOS O CONTEXTO BÍBLICO ENTENDEMOS QUE SOMOS JUSTIFICADOS PELA FÉ, OU SEJA, A FÉ VERDADEIRA EM CRISTO SALVADOR. QUE NÃO SIGNIFICA APENAS ACREDITAR ACEITANDO A OBRA DE DEUS POR NÓS, MAS TAMBÉM EM PERMITIR QUE SEJA FEITA A OBRA EM NÓS, E É ISSO QUE NOS LEVA A SALVAÇÃO. MAS A FÉ VERDADEIRA TORNA IRRESISTÍVEL OS ATOS DE SOLIDARIEDADE HUMANA. EM OUTRAS PALAVRAS A FÉ SÓ É VERDADEIRA SE HOUVER AMOR , POIS ESTE SE PROPAGARÁ NO CÉU MESMO QUANDO NÃO HOUVER MAIS NECESSIDADE DE FÉ E ESPERANÇA AO SALVO, POIS ESTE JÁ TEVE O FRUTO DA PROMESSA, QUE DEMANDAVA FÉ E ESPERANÇA].
Se alguém tiver um evento emocional e ao descrevê-lo sua conclusão se contrapor ao que as escrituras afirmam, e justifique isso como sendo algo que está além do que está escrito, é o mesmo que negar a eficácia da Bíblia, a importância do que está escrito. Na Bíblia há mistérios que não estão revelados, mas o que é revelado claramente nenhum cristão pode contradizer. Quando alguém se depara com um contexto bíblico que contrarie o que lhe ensinaram, ou com uma palavra que se prova facilmente ter um sentido em seu idioma traduzido que é diferente do sentido verdadeiro da Bíblia original, geralmente por conveniência ou por sincera necessidade humana de defender algo que lhe é convicto, acaba simplesmente dizendo firmações como: “Sei que minha interpretação está certa porque Deus me revelou”. Claro que é Deus que nos revela, mas ele não faz revelação contrária ao que Ele mesmo inspirou e está escrito na Bíblia, ao alcance de nossa racionalidade. E o Espírito Santo não é algo que se contrapõe a mente racional de quem tem fé. Por isso que não se deve apenas ler a Bíblia. Tem quem acredite que ler a Bíblia mecanicamente todo dia é suficiente e admirável. Mas, o que as escrituras ensinam é LER E EXAMINAR. Daí vem a comprovação de que a razão não é inimiga do Espírito Santo. Pelo contrário, o Espírito Santo utiliza a razão de quem assim o permite, e desta forma a pessoa consegue EXAMINAR e não apenas ler (Por isso Isaías 1:18 declara: “Venham, vamos refletir juntos”). SÓ EXAMINA QUEM UTILIZA A RAZÃO, LUZ DADA PELO ESPIRITO SANTO. MELHOR EXAMINAR UM VERSO DO QUE APENAS LER UM CAPITULO INTEIRO.
Ás vezes uma pessoa fica no seguinte dilema: descobre que parte do que acreditava é diferente do que a Bíblia realmente ensina. Mas, por outro lado, sua crença fez realmente desta pessoa alguém a buscar a Deus com sinceridade, e a ter intimidade com Deus. Saiba que a vida é um aprendizado. O que alguém aprende no colégio pode ter lacunas em relação ao que se aprende na faculdade, mas se houve esforço sincero todo aprendizado tem sua parte verdadeira, um estágio importante na vida que deve ser respeitado. Chegar ou não ao nível de conhecimento da faculdade não faz errado o que você teve de proveitoso no colégio. E melhor dizendo, o conhecimento do colégio vai ser essencial para o bom desempenho na faculdade. E nenhum ser humano é melhor que o outro por estar ou não na faculdade. As pessoas praticantes passam muito tempo de suas vidas se desunindo em debates sobre aquilo que é importante mas não vai nem mesmo ser fator determinante de sua salvação. E raramente debatem sobre o que realmente faz diferença para o caminho ao reino do Pai. A rivalidade entre status cristão se tornou em muitos casos mais importante do que evangelizar com amor e senso de igualdade. E, com certeza, não pode haver união ou fusão de diferentes doutrinas, mas união de filhos de Deus é base do cristianismo. A maior falha dos métodos de evangelização surge quando a gente olha para alguém e faz afirmações de superioridade doutrinaria direta ou indiretamente, ou quando alguém faz o mesmo conosco. Principalmente quando ambos somos praticantes, e ambos são conscientes da convicção pratica um do outro. Claro que se você tem uma convicção acredita que o outro está errado. Mas, RESPEITO é a essência de uma evangelização eficiente. Até entre cristãos e não cristãos se houvesse no minimo tolerância mútua, a história da humanidade teria galgado caminhos positivamente diferentes. Se um determinado cristão tivesse sido tolerante, talvez Gandhi (o sustentáculo de uma religião não cristã) tivesse se convertido cristão. Certa vez, após conhecer o sermão do monte e todo o maravilhoso conteúdo das bem aventuranças, Gandhi admirou tanto a Jesus que decidiu visitar um culto cristão. O cristão que o recepcionou simplesmente o enxotou porque alegou que a origem antropológica de Gandhi o impediria de entrar na casa de Deus. Desde então Gandhi concluiu que a grande falha do cristianismo está no fato do cristão não praticar de fato o que Cristo pregou em relação ao amor ao próximo independentemente das origens ou convicções deste próximo.
Valdir Antônio da Silva